Nesse Final de Semana passado (22 e 23 de fev) Aconteceu no Estúdio da Rádio Grimpa a primeira reunião entre os coletivos da Rádio Grimpa e Rádio Gralha. Muitas atividades foram conversadas, dialogadas e pensadas, como a maior aproximação das iniciativas de mídia livre no estado e ações conjuntas de apoio mútuo. Por falta de equipamentos, infelizmente as discussões e programas não foram transmitidas(os). Porém foram gravadas e logo estarão disponíveis.
Outra atividade foi marcada para dia 15 de Março. Compareça e fortaleça a Mídia livre e independente!
Paralelamente ao incipiente encontro em Ponta Grossa, em Campinas no Campus da Universidade Estadual de Campinas, onde localiza-se a sede da Rádio Muda, a ANATEL em conjunto com a administração do Campus e a Reitoria destruíram o estúdio da Rádio Muda, saquearam todos os equipamentos e retiraram a porta.
Abaixo a Carta de Repúdio a ANATEL e a administração do Campus da UNICAMP.
REPÚDIO a Truculência da ANATEL frente a Rádio Livre muda
Paraná, fevereiro de 2014
Nós midialivristas do Paraná, repudiamos a ação da ANATEL em sua clara intenção de calar vozes e a liberdade de expressão da Rádio Livre Muda.
É visível que o panorama político, técnico, econômico e cultural é altamente concentrado nos meios de comunicação corporativos com as ditas “concessões”. Observamos a instalação de retransmissoras de rádio e Televisão das grandes corporações com auxílio do governo e a grande facilidade de empresas de televisão a cabo oferecendo pacotes de aquisição para a população enquanto rádios comunitárias e livres sofrem cotidianamente ostensivas ameaças da Agencia Nacional de Telecomunicações (ANATEL) em conjunto com a Polícia Federal e a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (ABERT). A liberdade entendida aqui é a liberdade de consumo. A liberdade do capital.
Também repudiamos a manipulação de informações e as mentirosas afirmações vindas do Estado[1] e da mídia corporativa que as rádios livres e comunitárias causam interferência no espaço aéreo brasileiro. Essa mentira já foi desmascarada há muito tempo por peritos e técnicos da área, e inclusive, ao contrário do que dizem, quem pode causar interferência são as grandes potências dos transmissores e retransmissores das corporações midiáticas[2].
Nós nos solidarizamos, principalmente agora com os Companheiros e Companheiras da Rádio Livre Muda, mas também de todas Rádios livres, projetos e iniciativas de mídia livre que não limitam-se em transmitir e propagar somente nas brechas do Estado. Necessitamos sim Construir um panorama de debate sobre a Rádio Digital[3], o Espectro Livre[4] e o futuro da radiodifusão no país.
Se casos como esse acontecem com certa periodicidade é porque o debate e a mudança precisam ser realizados em todos os espaços políticos construídos por movimentos sociais e organizações que vislumbram a transformação social.
Toda Solidariedade possível a Rádio Muda!
Que Mil Rádios Livres Floresçam!
Assinam Essa Carta____
Rádio Livre Grimpa
Rádio Livre Gralha
RUA – Juventude Anticapitalista
Diretório Acadêmico de Geografia Luiz André Sartori – DAGLAS
Diretório Acadêmico Livre de História – DALHIS
Centro Acadêmico de Jornalismo João do Rio – CAJOR
Associação dos Geógrafos Brasileiros – Seção Curitiba
Conselho Regional Sul de Estudantes de Geografia – COREGEO Sul
Confederação Nacional de Entidades Estudantis de Geografia – CONEEG
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[1] veja a nota da procuradoria geral da república- MPF:
http://www.prsp.mpf.mp.br/sala-de-imprensa/noticias_prsp/24-02-14-esclarecimento-fechamento-da-radio-muda-no-campus-da-unicamp
[2]Interferência causada por transmissões da Rede Globo e a discussão técnica sobre
http://www.radiogrimpa.libertar.org/?p=44 e o Capítulo “Mito da Interferência” da Dissertação de Mestrado em Sociologia entitulada “O Movimento de Rádios Livres e Comunitárias e a Democratização dos Meios de Comunicação” de Cristiane dias Andriotti
[3]sobre a implementação do Rádio Digital no País:
http://www.drm-brasil.org/
[4] sobre o Espectro Livre ver o artigo de Thiago Novaes “Espectro livre: O direito do Povo a Comunicação” na Revista Lugar Comum nº 40.